O Ministério dos Negócios Estrangeiros vai ser palco esta quarta-feira de uma manifestação do Grupo de Apoio aos Refugiados Palestinianos, que pretende denunciar a “postura omissa” do Governo – que há mais de quatro meses que não dá resposta – perante o pedido para retirar mais de 200 pessoas da Faixa de Gaza, a maioria crianças.
Juma Josino, responsável do Grupo de Apoio aos Refugiados Palestinianos, criticou em declarações à ‘TSF’ o Governo português. “É uma postura completamente omissa diante da gravidade da situação do que está a acontecer. O que nós queremos enquanto sociedade civil é que o Governo português seja mais ativo. Portugal faz parte da Convenção de Genebra, tem todo o aparato jurídico para poder fazer operações de retirada, porque é que isso não tem sido feito?”
Segundo o responsável, há que “temer pelo pior”, uma vez que 80% das pessoas na lista são crianças até aos 5 anos. Como o caso de Tarek Al-Farra, universitário palestiniano que precisa de um visto para fazer o mestrado em Portugal. O Governo indicou que Tarek tem de viajar, até esta quinta-feira, para Ramala (Cisjordânia), e aí conseguir um visto, algo que é impossível de se fazer sem apoio externo.
“Tarek não consegue sentir um apoio efetivo do Governo português para que possa sair. O que nós pedimos com urgência é que o Governo tome as devidas providências para que Tarek seja retirado e que ele possa conseguir viajar para estar em Portugal até setembro”, apelou Juma Josino.
“Ele está inscrito na Universidade Nova de Lisboa, foi admitido no mestrado em estudos ingleses e americanos. Já pagou a metade do valor das propinas, já tem o certificado de matrícula, já tem a carta de admissão e ele, portanto, tem direito a um visto e a ser retirado”, apontou, questionando os motivos pelo qual o Governo português “não quer” retirar Tarek. “É um direito dele e a gente vai lutar por isso.”













